sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Poderias deter as tuas garras

Poderias deter as tuas garras
entre as veias espantadas
dos corpos
quando a morte desce pelas mãos
os gumes do deslumbramento,

a voz fende os olhos
do homem que te escuta
a razão do efémero
no instantâneo beijo do punhal
odores perfumando a despedida
a indómita orgia sísmica e aromática.

Disposto o corpo à sua contrição
só o luar é humano
escasso foi o fulgor das vozes
depois o cheiro do sangue inebria
o abismo irrompendo das têmporas
um turbilhão de sulcos víboras urbanas
como monstros em labaredas genuínas
.

João Rasteiro


1 comentário:

Anónimo disse...

De quem são as garras?

F.J.P.