sábado, 17 de maio de 2008

Rotas


Nenhuma voz dilacera a loucura
Nenhuma voz dilacera a loucura
não há fúria ou alimento maduro
nem outro canto negro
é o reflexo do coração
ou um felino devorando a primavera.

Pomares acesos entre destroços
na margem dos anjos
o nevoeiro boca a boca a escuta do sangue.

Durante o sopro dos solstícios escuto
os pomares entre escombros
é o lado exterior da luz dilatada
a luta demoníaca das vozes
o sopro da loucura dentro do fogo.

O inferno no centro aberto do labirinto
induzindo um halo de lava nos açudes da pele
a visão fincada do paraíso sob a insídia dos ecos.
João Rasteiro
.


NEY MATOGROSSO - Balada do Louco
http://letras.terra.com.br/ney-matogrosso/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ney_Matogrosso

10 comentários:

Gabriela Rocha Martins disse...

se de um louco é amar


abençoada loucura


.
um beijo

Anónimo disse...

a loucura é a própria escrita e o seu fogo redentor...

Anónimo disse...

O grupo poético do Sobral Cid é fantástico...Ai,ai. Lindo!

Anónimo disse...

joão, desculpa só agora ter voltado a passar no blog, sei que estou em falta (muito mesmo), mas prometo que vou passar agora de forma mais regular. o blog está bastante interessante. um grande abraço deste velho compincha, sarava,
Carlos S. Torrado

Silvestre Raposo disse...

João um abraço e.. atira rasteiro e certeiro

Maria João disse...

Ah, a loucura! O que seria do mundo sem ela?
"(...) Sem a loucura que é o homem/Mais que a besta sadia/cadáver adiado que procria?"
"(...) O sopro da loucura dentro do fogo (...)"
Um poema muito belo, João! Parabéns!
Abraço
Maria João Oliveira

Maria João disse...

Anónimo:
Nem a dignidade com que o autor deste blog suporta as suas constantes provocações, consegue aplacar essa necessidade patológica de o minimizar!... Os actos definem as pessoas, sabe?
E o ódio é um cancro que acaba sempre por minar quem lhe dá guarida. O anónimo é a sua principal vítima. Pense nisso.
Enquanto o homem fizer aos outros o que não gostaria que fizessem a ele, não se pode falar de progresso.

Maria João Oliveira

isabel mendes ferreira disse...

"O inferno no centro aberto do labirinto
induzindo um halo de lava nos açudes da pele
a visão fincada do paraíso sob a insídia dos ecos."


cito-O._____________encantada!.

e grata à Gab. pela descoberta."daqui".



abraço-. cordial.

João Rasteiro disse...

Olá isabel, é um prazer ver.te por aqui. e como uma espécie de homenagem ao "piano", convido.te a visualizar o meu post de 13 de Abril: O PIANO!!!!
Beijo,
joão

Anónimo disse...

Que lindo poema: Nem a dignidade com que o autor deste blog suporta as suas constantes provocações, consegue aplacar essa necessidade patológica de o minimizar!

Os actos definem as pessoas, sabe?
E o ódio é um cancro que acaba sempre por minar quem lhe dá guarida.
Enquanto o homem fizer aos outros o que não gostaria que fizessem a ele, não se pode falar de progresso