quarta-feira, 18 de março de 2009

António Nobre: n.16/08/1867 - m. 18/03/1900
MEMÓRIA

Aquele que partiu no brigue Boa Nova
E na barca Oliveira, anos depois, voltou;
Aquele santo (que é velhinho e lá corcova)
Uma vez, uma vez, linda menina amou:
Tempos depois, por uma certa lua-nova,
Nasci eu... O velhinho ainda cá ficou,
Mas ela disse: – «Vou, ali adiante, à Cova,
António, e volto já...» E ainda não voltou!
António é vosso. Tomai lá a vossa obra!
«Só» é o poeta-nato, a lua, o santo, o cobra!
Trouxe-o dum ventre: não fiz mais do que o escrever...
Lede-o e vereis surgir do Poente as idas mágoas,
Como quem vê o Sol sumir-se, pelas águas,
E sobe aos alcantis para o tornar a ver!
.
...................ZECA AFONSO - Do choupal até à Lapa

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Pereira_Nobre
http://www.triplov.com/poesia/antonio_nobre/index.htm

2 comentários:

Luís Costa disse...

Caro poeta, no dia de aniversário de Hölderlin, convido-te a ler um poema dele trad. por mim e também ( mais abaixo ) um outro de Transtömer, igualmente traduzido por mim.

Um abraço firme.

L.

Gabriela Rocha Martins disse...

saravah ,meu irmão!

estou de volta .cansada ,mas de volta ... o afastamento a que "noblesse oblige" ,nada mais continha do que a necessidade de atingir um "objectivo" .sim porque agora "somos avaliados/as" por objectivos ,lembras.te?


.um beijo