terça-feira, 1 de novembro de 2011

ELEGIAS

Enquanto o meu livro "Tríptico da Súplica", editado pela ESCRITURAS Editora de São Paulo, Brasil, se prepara para ver a luz dos dias brasileiros, é já no próximo sábado, dia 05 de Novembro, que pelas 17h00na livraria "Miguel de Carvalho - livreiro antiquário", sita na Rua do Adro, nº 6, Coimbra, (nas traseiras da Igreja de S. Bartolomeu, perto da Portagem, na Baixa de Coimbra), se procederá ao lançamento do livro de poemas ELEGIAS. Esta obra é uma edição DEBOUT SUR L'OEUF confinada a 77 exemplares numerados e autografados pelos criadores, João Rasteiro (poesia) e Rik Lina (desenho e pastel), dos quais 7 exemplares ostentam um desenho original a tinta da china e um poema manuscrito. 
A apresentação será efectuada pelo Prof. Doutor ALBANO FIGUEIREDO da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Haverá ainda uma leitura de excertos da obra pelo poeta JORGE FRAGOSO. Esta apresentação antecede a inauguração da exposição "LIANA" do artista plástico holandês, Rik Lin.
A todos os que puderem e quiserem comparecer lá vos aguardaremos com a maior satisfação e alegria.




  Elegia V

E se aquele que amam será pó,
aqueles que ele ama e protege em sua coroa
onde não se propaga sua certeza,
ajoelham e dizem:
ama-nos. E ele em sua crua incerteza,
ama-os, matando.
Ele arranca o elmo e a armadura
de suas infinitas feridas brotando espinhos
alma dura armada pelo fogo
que sempre lhe roubou o que não tinha
a alma amada que agora desfalece
e oferece-a ao povo que não vê
um desmesurado amor sem porquê.
E se de ele geme o peito,
no peito que geme seu adeus,
então dizem-lhe que a Portugal o céu abriga
e que reze e sonhe um outro verbo.
E ele também morre e atravessa
de uma aurora para outra
o breve engano que poderia ter
a flor que um homem, pai ou soberano
em trágico desengano
nem em mil sonhos aquela alma que fenece
os deuses, as águas e a sílaba candente
consentiriam tal encanto
pois temerosa ousadia e pena ausente
só algum poeta incandescente
em sublime canto
num país seu nome ou pátria sua
cantaria o apartado amor em dor presente.
.

3 comentários:

Nelson d'Paula disse...

Maravilhoso poema! Conteúdo provocante. Palavras agudas.

© Maria Manuel disse...

gostei da «página em branco», da do Jorge Palma e da tua,i.e., dessa página em branco que poderia ser preenchida por uma renovada nação, um novo amor, homens feitos deuses de si mesmos pela sua capacidade latente de criar. mas, infelizmente, negam, cegam, apartam.

abraço, João.

Mar Arável disse...

Tudo pelo melhor