"No país dos lambe botas", Luiz Morgadinho
“Um céu e nada mais"
...........................À Ana Luísa Amaral
Já aceitei o facto de me afirmares
por entre a minha inútil suplica
no primórdio de todas as Primaveras
faustosamente hibernal
que sou apenas alguém visceralmente cego
na ideia de que um poema
me aproxima de deus
pois só deus desobedece à linguagem
só ele se insubordina
perante o desafogado odor da flor
como quem vai mastigar o delírio
como quem vai mastigar o delírio
da degradação dos corpos que declinaram a voz
em seu ofício
o deslumbrado delírio da poesia
acalentando utopias nos animais adiados
da cidade que se tece
resido de sulco
e outros serão os versos que me passarão a vigiar
pelo flanco da improficuidade
sem qualquer particularidade de piedade
“nem inocência. Um céu e nada mais.”
João Rasteiro
Obrigado Zeca, até sempre - "Vejam Bem"
Obrigado Zeca, até sempre - "Vejam Bem"