...........................Alfredo Luz
Quem me refrescará antes da morte sob as fontes? Quem perfumará o meu corpo extinto de vida nos jardins odoríficos? Quem atulhará a minha boca de pedras no coração do barro? A mim, lugar, quem me chorará os olhos apagados de Primavera? Quem me sepultará impuro no coração dos amieiros? E as madrugadas acordarão como se a aldeia não fosse o lugar bastante, o coração como a terra inclina o rosto à vida? A luz da chama?
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Apesar de tudo continuam a existir as palavras fincadas aos pulmões que nos embebem medo ao rosto do coração. Abro a passagem e invado o teu espaço, aldeia. Palavras, memória, sopros, a frescura do mundo, um corpo, um outro espaço que irrompe da aldeia, das abrigadas ruas, da Rua da Fonte, do passado, de múltiplas e doídas constelações de outras existências, de outros sabores. E sou todas essas realidades inaudíveis, abertas, expostas, incompletas, em movimento por entre as humanas vozes que em mim florescem. Este ainda é o segredo que o amieiro me revelou.
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Apesar de tudo continuam a existir as palavras fincadas aos pulmões que nos embebem medo ao rosto do coração. Abro a passagem e invado o teu espaço, aldeia. Palavras, memória, sopros, a frescura do mundo, um corpo, um outro espaço que irrompe da aldeia, das abrigadas ruas, da Rua da Fonte, do passado, de múltiplas e doídas constelações de outras existências, de outros sabores. E sou todas essas realidades inaudíveis, abertas, expostas, incompletas, em movimento por entre as humanas vozes que em mim florescem. Este ainda é o segredo que o amieiro me revelou.
........................................................João Rasteiro
In, O BÚZIO de ISTAMBUL, 2008 (Palimage)
..................................Verdes são os campos - Zeca Afonso
2 comentários:
Gostei mesmo muito deste excerto!
E vou procurar o livro.
obrigada, João.
retenho.te na saudade
que a leitura ,de quando em vez ,mata
com búzios ,mas não em Istambul
( lamentavel mente )
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um beijo
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