Foi-se o cheiro do mar e da maresia. E com essa partida, a chegada "desse" mundo real. E há as notícias de novos eventos e lançamentos, as homenagens devidas a alguns escritores. E há essas fatídicas notícias da partida física de amigos (escritores e outros). Enfim, como diria Fernando Pessoa: "Basta por hoje senhor. Volta amanhã realidade."
Um desses que partiu, foi Ruy Duarte de Carvalho. É pena, porque ele é sem dúvida um dos grandes escritores em língua portuguesa das últimas décadas. Apenas estive com ele uma vez, mais concretamente em 2008, em Leiria, e mostrou-se de uma enorme simpatia e humildade. Como sempre, ficarão as obras, para descobrir e saborear. E as de Ruy Duarte de Carvalho, desde as de poesia, ficção, antropologia, ou mesmo as de cinema, merecem sem dúvida, ser lidas e relidas por todos nós.
Do seu livro "Hábito da Terra", o poema abaixo:
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"Das águas que o rino escolhe..."
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Das águas que o rino escolhe
da pedra a que o vento encosta
do unto a que o tempo obriga
dos sais que a estação abriga
do pasto a que o gado aspira
da lua em que o vento vira
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......................Não há pastor que não saiba.
Não há pastor que não saia de alguma curva da infância.
.........................................Ruy Duarte de Carvalho
http://betogomes.sites.uol.com.br/RuyDuartedeCarvalho.htm
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