"Esquilino"
I
Os poemas virão inclusos
quando vier o orvalho,
chegarão antes do pecado.
II
O seu domínio é infinito,
longa é a garganta do medo
cego o coração do sussurro!
III
Uma boca deixo, ao dilúvio:
direi um segredo de bronze,
a nocturna borboleta chega.
IV
No princípio era a doçura
e a palavra ousou a lascívia.
Por esta se fará todo o flagício.
V
É o solstício sob as unhas.
A água separa-nos da sede,
não é só o que a boca refresca.
VI
Quando saboreei a carne
ia saborear a terra – aves
e Vénus vagueiam acesas.
VII
Em sua volúvel gestação
que seria do útero vazio
sem a caligrafia pestilenta?
........................João Rasteiro
In, A Divina Pestilência
.
P:S: Agora uma música de alguém que nos últimos tempos... é até riscar o CD!!!
LENINE - O Atirador
4 comentários:
quero
exijo
demando
muito MAIS
e retiro.me em silêncio
( estás a ver.me ,não estás? )
.
um beijo
um poema de grande beleza, joão. gostei especialmente da borboleta nocturna. um grande beijinho.
Muioto sucesso!
Desejo muuita sorte.
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