António Ramos Rosa, (17 de Outubro de 1924). Poeta, tradutor e ensaísta, é hoje, dia em que faz 86 anos, um dos grandes nomes da poesia contemporânea portuguesa. É sem dúvida, "um dos mais fecundos poetas portugueses da contemporaneidade, a sua produção reflecte uma evolução do subjectivismo, em relação à objectividade. Reflectem-se nela variadas tendências, desde certas formas experimentais até a um neobarroquismo. A sua escrita, caracterizada por uma grande originalidade e riqueza de imagens tácteis e visuais, testemunha muitas vezes uma fusão com a natureza, uma busca de unidade universal em que o humano participa e se integra no mundo, estabelecendo uma linha de continuidade entre si e os objectos materiais, numa afirmação de vida e sensualidade" - (astormentas). Recebeu numerosos prémios nacionais e internacionais, entre os quais o Prémio Pessoa, 1988 ou em tradução, o Prémio Jean Malrieu. Para ler alguns poemas seus: (http://poesiaseprosas.no.sapo.pt/antonio_ramos_rosa/poetas_aramosrosa01.htm ).
Do meu livro de 2008, O Búzio de Istambul, o meu poema de homenagem a António Ramos Rosa:
Antes ramos e rosas
............................Ao A. Ramos Rosa
Ter um corpo de branco, um eco
todo silêncio: palavra!
Vozes, céu, terra, linho, o acto desnudo
Vozes, céu, terra, linho, o acto desnudo
fresco e fresco, fresco
e mãos acesas de sexos iniciais de imensos universos.
Um eco: uma língua
quase frémito, no coração dos hortos , completa e contínua.
Um corpo que morre no sabor entre as palavras
sobre o rosto incandescente do espanto: deus
nas talhas, no barro, no fresco, no sangue,
pai, filho, sílaba e espírito obscuro
de paragens, sopros, paisagens, círculos e hortos,
de paragens, sopros, paisagens, círculos e hortos,
a terra branca, límpida nas veias: antes ramos e rosas.
O Corpo?
Um corpo de água?
O animal atónito, inabitado?
Um animal de branco, desejos no interior de constelações
sumptuosas, a terra aberta, silêncios: toda a terra, branca.
Não conheço esse corpo fresco, não fui a esse branco
espaço de todas as palavras, o hálito vivo da inquietação,
a respiração inaudível das formas nuas: antes ramos e rosas.
.........................................................João Rasteiro
Rodrigo Leão - ROSAhttp://www.astormentas.com/ramosrosa.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Ramos_Rosa
http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/letras/recen018.htm
http://www.astormentas.com/biografia.aspx?t=autor&id=Ant%C3%B3nio%20Ramos%20Rosa
5 comentários:
rosas deixo, sem palavras,
num ramo em que m[en]leio,
folha ténue,
admiração ________ respeitosa vénia.
A palavra que se agita, além do tempo, no epicentro de nós, lugar provável da alma.
A si, João Rasteiro, a sempre e repetida, admiração. Generosa a sua atitude que tanto aprecio. Belo o seu poema, numa lírica tão sua, tão própria.
Maria, *___bonecadetrapos___*
Obrigado mais uma vez, pelas palavras...e pela poesia. Na verdade, os trapos das bonecas encerram muitos segredos!.
Bjs.
joão rasteiro
RODRIGO LEÃO...QUEM mais para dar sentido a todas as nossas dádivas, angústias... tormentos?
Ouve-se e a alma pára porque "SENTE"...
BEIJO
Mª ELISA
Também gosto bastante do Rodrigo Leão e dos Madredeus, Maria. E não esquecer esse fabuloso disco/cd produzido pelo Rodrigo Leão, conjuntamente com Gabriel Gomes, Francisco Ribeiro e Margarida Araújo, maravilhoso ouvir por exemplo as vozes de Cesariny e Herberto a declamarem a sua poesia.
Bj.
joão rasteiro
Olá João. Parabéns pelo blog! Você deve verificar o que se passa com o link para votação do livro, é que não está funcionando. Boa sorte! AULAS GRÁTIS DESENHO E PINTURA DE RETRATOS
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