Poderias deter as tuas garras
Poderias deter as tuas garras
entre as veias espantadas
dos corpos
quando a morte desce pelas mãos
os gumes do deslumbramento,
a voz fende os olhos
do homem que te escuta
a razão do efémero
no instantâneo beijo do punhal
odores perfumando a despedida
a indómita orgia sísmica e aromática.
Disposto o corpo à sua contrição
só o luar é humano
escasso foi o fulgor das vozes
depois o cheiro do sangue inebria
o abismo irrompendo das têmporas
um turbilhão de sulcos víboras urbanas
como monstros em labaredas genuínas.
João Rasteiro
1 comentário:
De quem são as garras?
F.J.P.
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