segunda-feira, 14 de julho de 2008

LIVROS

É Verão. As férias destabilizam-nos os sentidos e todos os espigões do corpo. Mas os livros continuam a sua incomensurável loucura de nos procurar mostrar uma forma outra da palavra inicial. E eu que me preparo para dentro de algumas horas partir uns dias à procura da descoberta de alguns territórios de Portugal, mas, essencialmente, à descoberta de mim e do caminho de espinhos que preciso percorrer para alcançar o cume das árvores, quero só chamar a atenção para dois livros, um que me acompanhará em viagem e outro que mais tarde espero ler.
O primeiro é o novo livro de valter hugo mãe, hoje já uma presença importante na ficção portuguesa contemporânea. No seu novo livro, "O Apocalipse dos trabalhadores", já a determinar que os dedos o aprisionem e apertem nas livrarias e Fnacs do país, apenas constatamos os predicados que lhe propiciaram em 2006 o prémio "José Saramago" com o romance "o remorso de baltazar serapião". Como é referido na contracapa do livro: "o apocalipse dos trabalhadores é um retrato do nosso tempo, feito da precariedade e dessa esperança difícil. um retrato desenhado através de duas mulheres-a-dias, um reformado e um jovem ucraniano que reflectem sobre os caminhos sinuosos do engenho e da vontade humana num portugal com cada vez mais imigrantes e sobre a forma como isso parece perturbar a sociedade.»
O segundo livro é "O Polvo não sabia que o Mexilhão tinha asas". Este livro de contos de Maria João de Oliveira, que será apresentado na Casa Municipal da Cultura de Coimbra, sábado, dia 19/07/2008, pelas 15h30, é um livro de alguém que afirma tratar-se de "uma viagem interior que não pode ser adiada" e para quem escrever é tão necessário como respirar, numa relação absolutamente visceral com a escrita e os problemas do mundo que nos rodeia e asfixia. Como refere no prefácio, o poeta José Félix, "a autora serve-se da memória como acepipe para a construção da trama, ficcionando a realidade, e fazendo da ficção uma coisa real. (...) para tear, palavra a palavra, frase a frase, os ardis da vida, servindo-se quer da ficção feita realidade quer da realidade feita ficção".
Na mesma sessão, e porque os livros emergem como o dilúvio, será lançado ainda o livro "A força de um sonho" de Maria Rita Romão.
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Resistência - Amanhã é sempre longe demais

5 comentários:

Anónimo disse...

votos de boas viagens e boas leituras, joão. adorei recordar o som dos resistência, que tanto e tanto ouvi na minha adolescência. um grande beijinho.

Gabriela Rocha Martins disse...

viajar é preciso para arejar e ,sobretudo ,para preencher o vazio

em férias?

sortudo!


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um beijo

Maria João disse...

Muito obrigada, João, por teres divulgado este evento.
O dia 19 foi mágico, sabes? A apresentação do meu livro foi brilhante. Vieram muitos, muitos amigos e algumas pessoas que não conhecia. Vi lágrimas nalguns olhos. Foi belo. E muito ficou por dizer. Depois conto.
Boas férias, João! Sei que não irás pelos caminhos do "costume". Sei que as tuas férias não se deixarão "apanhar" por aquele nevoeiro cerrado em que o hábito envolve tudo...
Um grande abraço nosso.
Maria João Oliveira

João Rasteiro disse...

Maria João, já conversei com o Jorge Fragoso que me referiu ter realmente corrido muito bem o lançamento do teu livro. Apenas aconteceu o que de facto é por ti merecido.Mas de qualquer forma, mais uma vez parabéns e um beijinho.
joão

Anónimo disse...

... vhm hoje já uma presença importante na ficção portuguesa contemporânea.

Vejam lá... porque é que será?