Santa Cruz
Estou só sob a carnal mareação das pedras
plenas de inocência mineral
até à carnívora cortesia
onde os enigmas adquirem o clamor noctívago
da cidade altiva
em suas folhas de acanto.
...............É o corpo divino de um fecundo júbilo.
A forma como o eco regressa ideia de labareda
granítica memória
como a genuína dicção dos lábios
coincide com o discernimento dos cantos
levantados em seu arcanjo
estendendo a fluorescência acesa dos vitrais
o clarão aberto. Como os brancos arquipélagos
de uma geometria obstinada
santa cruz
toda a compaixão do verbo sobre o ímpeto
na respiração doída do mundo
o espaldar primitivo.
.........A minuciosa profusão das bocas expostas.
Ela encerra a sua própria concentração
de sonhos
toda a claridade no coração das cores da brancura
e o rosto de deus batido de luz rara
em olhos de oiro e azul celeste
por dentro da maturação da cidade das lágrimas
os seres que vivem junto ao rio
onde a indução do amor
celebrou o desígnio de um corpo que brota
de desejos de casta da flor de lótus
toda a punção da pedra acesa. E há uma magia de cores
afrontando o cordeiro, o sol e a lua.
.................Porque toda a morada é a própria alegoria.
O seu silêncio é a sílaba que respira os olhares
a distância dos remoinhos
que apaziguam a paixão do primordial ser – que dizem
ser a alma dos mortos em que os vivos
mergulham em sucessivas e maternais primaveras
brancas. O coração e o círculo dos deuses em sua cruz.
..........................................................João Rasteiro
.............................Clave de Fado - Igreja de Santa Cruz
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caf%C3%A9_Santa_Cruz
http://www.cafesantacruz.com/
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