quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Em cada pedra, um epitáfio

À Fiama H.P.Brandão

Enquanto quis Fortuna
que tivesse
um monólogo de fogo voluteando
o frágil labirinto das vozes,
partilhou as fábulas do louvadeus.

Agora, o rosto puro da água
perdeu a casta do sangue
o subtil cortejo da sílaba a queda
contínua a ferocidade de uma outra rosa
no fundo da cabeça do hóspede.

Não te conformaste com este mundo.
Sob a película do ventre cintilante da luz
os ávidos sentidos a chama cortante
voltada outra vez aos primórdios
do sopro mais extenso do que o eco.

E hoje, é este o lugar a branca flor que fulge
.
João Rasteiro

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