domingo, 4 de novembro de 2007

Poema dos jardins ausentes

Hoje corri todos os jardins da terra
e estou ao pé de ti de mãos vazias meu amor,
os jardins só respiram esse fulgor desnudado
a rutilar caligrafias mesmo no centro da pedra.

Amanhã voltarei a correr todos os jardins
ao ritmo quase imóvel de um segredo,
num murmúrio que preserve o alento
para mergulhá-lo numa boca de mulher.

Hei-de correr todos os jardins sagrados
que habitam subtis e espessos labirintos,
e encontrar os vocábulos das pétalas da rosa
que unem o interdito ao centro das palavras.

E é como se as rosas nascessem dos dedos
como uma raiz imitando os frutos meu amor.



João Rasteiro

04-11-2007


1 comentário:

Anónimo disse...

Com milhares de Blogs este é sinceramente(para já) uma surpresa.
Uma linha estética interessante e um conteúdo(para mim que gosto bastante de poesia)aparentemente muito bom.
É um local a que virei mais vezes.
muitos parabéns ao autor, até pelas suas aparentes preocupações com o mundo...não se esqueçam vocês também da rosa...da rosa!!!!!!!!!