domingo, 25 de novembro de 2007

SALAMANCA


Aguarela do pintor Miguel Elías
Ressurreição
A Antonio Colinas

A ascensão das vozes a cada pancada hirta do sangue
transborda como cântaros de mel à beira do Tormes
os pássaros regressam aos abrigos das cópulas do sol
e os homens voltam a repousar nas estacas e brilham,

no leito incansável da pedra o último choro dos mortos
todos os germes oprimidos eclodindo como açucenas
o espaço da construção em feroz fulgor pois é inacabado,

ressuscita-se hoje das chagas e escreve-se o nome terra
na língua de fogo que abraça os livros que não sonharei.
João Rasteiro


1 comentário:

Anónimo disse...

É de facto uma cidade linda e misteriosa.
Parabéns pelo poema.
César