domingo, 11 de novembro de 2007

Prémios IV

João Rasteiro e António Lobo Antunes

Prémio Camões 2007
Antonio Lobo Antunes nasceu em Lisboa, em 1942. Médico psiquiatra, foi convocado pelo exército português para servir na guerra em Angola. É considerado por vários críticos em todo o mundo como o mais importante romancista português depois de Eça de Queirós. António Lobo Antunes tornou-se um dos escritores portugueses mais lidos, vendidos e traduzidos em todo o mundo. Pouco a pouco, a sua escrita concentrou-se, adensou-se, ganhou espessura e eficácia narrativa. De um modo impiedoso e obstinado, esta obra traça um dos quadros mais exaustivos e sociologicamente pertinentes do Portugal do século XX.Em Setembro, no 7.º Festival de Literatura de Berlim, António Lobo Antunes foi longamente aplaudido por centenas de centenas de pessoas que assistiram a uma leitura das suas obras, em Português e Alemão. António Lobo Antunes foi apresentado pelos responsáveis do festival de Berlim 2007 como «o maior escritor lusitano da actualidade». O seu ultimo romance «O Meu Nome é Legião» é já considerado outra das grandes obras do autor. Em 2007 foi galardoado com o Prémio Camões, na sua 19ª edição.Para quem gosta de A. Lobo Antunes aqui fica a entrevista integral no Diário de Notícias, da semana passada. Pode ler-se “alguma coisa” aqui >>.
Este é o novo romance de António Lobo Antunes, Prémio Camões 2007, o mais importante prémio literário de língua portuguesa. Num livro mais pequeno e de menor complexidade do que os anteriores, segue a vida dos jovens de um bairro social da periferia de uma grande cidade, descrita através de um relatório de polícia, o que aproxima a escrita do registo das crónicas. Com este novo romance, António Lobo Antunes inova a sua técnica narrativa de forma muito perceptível, sendo surpreendente a forma como o faz.
«O livro equaciona o problema do mal, manifestando nessa meninice irresponsável a indecidível culpa ou inocência, imputável ao vazio cultural e ao viver carenciado, que mescla consequências demoníacas numa aura de edénica ambiguidade. E com a qualidade de escrita ímpar a que Lobo Antunes nos habituou.»
Maria Alzira Seixo, JL
«"O Meu Nome É Legião" narra-nos um universo povoado de seres dilacerados e estilhaçados, que vivem um conflito interior travado entre as várias facetas das suas personalidades, em luta contra os fantasmas e as obsessões que teimam em surgir e põem a nu fragilidades inconfessáveis e sofrimentos inomináveis.»
Agripina Carriço Vieira, JL
«Não será, porém, a beleza, antes a “palavra justa” que o move. Nessa busca vem António Lobo Antunes construindo uma obra na qual, apesar da crueza das temáticas e da claustrofobia instalada, a compaixão pelas personagens se imprime na sua capacidade para as compreender a todas no desespero comum aos deserdados, que somos todos – aqui: polícias, filhos, putas ou criminosos – , “possessos de vários demónios” que cabe ao escritor dar a ver mas não julgar. À maneira de Tolstoi, porventura, o maior de sempre.»
Ana Cristina Leonardo, Expresso
Excerto da obra:
" (...) e não tenho medo dela, não tenho medo de vocês, não tenho medo de nada, os plátanos do pátio mil plátanos de berma de estrada que vou ultrapassando um a um neste carro roubado com a velha no outro banco a dizer-me- Menino (...)
IN, Webboom.pt

1 comentário:

Anónimo disse...

É sem dúvida o melhoe escritor português.Teria merecido o prémio Nobel.
E também gosto(do que nos deixou)do Cardoso Pires.
Parabéns pelo Blog.