sábado, 2 de julho de 2011

ROTAS INEXORÁVEIS

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O Núcleo de Animação Cultural da Câmara Municipal da Guarda acaba de editar o nº 29 da Revista "PRAÇA VELHA - Revista Cultural da Cidade da Guarda. O presente número da revista, com 450 páginas, possui um diversificado conjunto de matérias, passando pela cultura da região, praxes e histórias académicas, património, entrevista ao Procurador Geral da República, contos, recensões críticas, súmula das actividades culturais do Município, etc, e, também, o meu discurso de agradecimento (Pág(s) 297-300] no dia 21 de Março de 2011 [Dia Mundial da Poesia] na Guarda, na Biblioteca Eduardo Lourenço, Sala Tempo e Poesia, na sessão Solene de Entrega do "Prémio Literário Manuel António Pina" ao meu livro "A Divina Pestilência" e que tive a honra de receber, para mais, das mãos do próprio Manuel António Pina.
Segue-se parte desse discurso, que pode ser lido na íntegra no link indicado:
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"Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal da Guarda 
Poeta Manuel António Pina
Membros do júri
Poetas presentes
Minhas Senhoras e meus Senhores

Em primeiro lugar e acima de tudo, quero começar por exteriorizar a minha profunda alegria ao receber o Prémio Literário Manuel António Pina. Alegria pelo prémio em si e alegria por ter sido agraciado por esta Edilidade, pois trata-se de uma Edilidade que representa uma região onde pontuam nomes como Rui de Pina, Nuno de Montemor, Virgílio Ferreira, Eduardo Lourenço, Américo Rodrigues e Manuel António Pina, só para citar algumas figuras proeminentes da literatura e da cultura portuguesas.

Como podem imaginar, a atribuição do Prémio Literário Manuel António Pina faz com que me sinta extremamente honrado e reconhecido. Honrado não só pelo nome que o prémio ostenta e pelos seus membros do júri, mas também por se tratar de uma 1º Edição em que, tal como foi realçado pelo júri no comunicado de atribuição do prémio, a quantidade e qualidade das obras a concurso sublinham plenamente o reconhecimento literário de Manuel António Pina – hoje, sem dúvida, um dos mais importantes escritores portugueses, na sua criativa abrangência literária, que vai do teatro às crónicas ou da poesia à literatura infantil. Faço minhas as palavras de Eduardo Prado Coelho, no momento em que a Assírio & Alvim publicava a Poesia Reunida de Manuel António Pina: estamos em condições de poder afirmar que nos encontramos perante um dos grandes nomes da poesia portuguesa actual. Uma extrema delicadeza pessoal, uma discrição obsessiva, uma cultura ziguezagueante e desconcertante, mas sempre subtil e envolvente, um sentido profundo da complexidade da literatura, e também, sobretudo, da complexidade da vida, (…) uma obra maior da literatura portuguesa”.

Sim, só posso sentir-me honrado e agradecido – em muitos sentidos – pela atribuição deste prémio, para mais em sua primeira edição.

Podemos interrogar-nos – e muitos se interrogam – acerca da utilidade da poesia. Hoje, neste Dia Mundial da Poesia, e depois das mais recentes catástrofes das últimas semanas, acredito, mais do que nunca, que o papel social e político da poesia continua tão imprescindível como no momento do seu surgimento no ritual colectivo de que a comunidade, então como hoje, necessitava para sobreviver: para passar o conhecimento e reinventar o mundo.

Atrevo-me a tomar emprestado o texto de José Saramago ao receber o Nobel, para responder à permanente questionação acerca da legitimidade e/ou utilidade desta arte:”

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2 comentários:

Mar Arável disse...

Tudo muito bom

Grande mérito

Grato pela partilha

João Rasteiro disse...

Muito obrigado pelas palavras. Tal só me da força para continuar a navegar nesse imenso mar arável!!!
Abraço,

João