domingo, 1 de julho de 2012

ROTAS INFINITAS




Aprendizagem da perda
.

A primavera das chuvas  não tomba aqui,
a tua morte estranhamente nos nivela
no exímio hálito que amadurecia a ferida
com que construímos ocultos falcões no coração,
.
aprendi à força a tua ausência e a das chuvas
e no entanto pertences-me cada vez mais,
o meu afecto tem uma assombrada presença 
dos teus olhos pois é o autêntico afecto do agora,
.
e o sangue esfria a doce retoma do corpo enxuto
a tua boca de primaveras perdurará infinita,
pois se te amo me habitas e se me ocupas te guardo,
.
e porque morta vivendo aprendo apreendendo-te,
a tua presença e a das chuvas é tão verdadeira
que a beleza do amor estará sempre onde te guardo.
 .
                                                                                     João Rasteiro

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