Aprendizagem
da perda
.
A primavera das chuvas já não tomba aqui,
a tua
morte estranhamente nos nivela
no
exímio hálito que amadurecia a ferida
com que
construímos ocultos falcões no coração,
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aprendi
à força a tua ausência e a das chuvas
e no
entanto pertences-me cada vez mais,
o meu afecto tem uma assombrada presença
dos
teus olhos pois é o autêntico afecto do agora,
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e o sangue esfria a doce retoma do corpo enxuto
a tua boca de primaveras perdurará infinita,
a tua boca de primaveras perdurará infinita,
pois se
te amo me habitas e se me ocupas te guardo,
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e porque morta vivendo aprendo apreendendo-te,
a tua
presença e a das chuvas é tão verdadeira
que a
beleza do amor estará sempre onde te guardo.
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João Rasteiro
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