Depois do lançamento em Portugal, mais concretamente em Vila Nova de Famalicão, em 10 de Julho, na Casa de Camilo Castelo Branco, em S. Miguel de Seide, chegou a vez de ser lançada no Brasil, mais concretamente no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, Minas Gerais, amanhã, 11 de Setembro, a contraantologia “PORTUGUESIA – Minas entre os povos da mesma língua / antropologia de uma poética”, organizada pelo poeta brasileiro Wilmar Silva.
Esta enorme, extraordinária e ambiciosa obra, que congrega 485 poemas de 101 poetas de Portugal, Brasil (Minas Gerais), Cabo Verde e Guiné-Bissau e na qual tive o grande prazer de participar e ser incluído e onde encontramos uma inovadora forma de fazer valer os textos/poemas por si mesmo, continua, embora lentamente, a conquistar o caminho e o espaço que um projecto destes merece (não sei é se a lusofonia "merece" esta portuguesia) em absoluto.
Um dos meus poemas seleccionados pelo Wilmar Silva, foi "Os Cílios Maternos":
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Há um animal adormecido nos pulmões
que desabrocham as sementes da fêmea.
Moviomenta-se de rastos sobre o enxofre
reduzindo a efémeros passos em declive.
Da agonia à purificação da língua
as palavras límpidas pela boca adentro.
Por entre os alvéolos os dentes ardendo
no seu silêncio indecifrável no arco cru
o corpo rasga em círculo o ventre embrionário.
................................In, Os Cílios Maternos, 2005
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.........................................Tudo vira bosta - Rita Leehttp://nocentrodoarco.blogspot.com/search/label/Poesia%20da%20l%C3%ADngua%20portuguesa
http://www.pnetliteratura.pt/cronica.asp?id=1081
2 comentários:
parabéns ,Amigão
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um beijo
é verdade, tudo vira bosta, a política é Portugal é um bom exemplo.
O que nos vale é a poesia, bom, alguma poesia!
F.
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