quarta-feira, 10 de março de 2010

A Pólis

Maria Helena da Rocha Pereira foi a grande vencedora do prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores/Caixa Geral de Depósitos.
O galardão no valor de 25 mil euros foi atribuído, como referiu o júri, essencialmente tendo em conta o mérito da premiada.
Maria Helena da Rocha Pereira é sem dúvida a maior especialista portuguesa em estudos clássicos (cultura grega e latina) e inclusive, um dos grandes nomes em todo o mundo na área da cultura clássica.
"A sua obra conta com mais de trezentos títulos, entre traduções, monografias e artigos enciclopédicos. É particularmente conhecida pela obra Estudos de História da Cultura Clássica (dois volumes), obra adoptada em Portugal nas licenciaturas da área da literatura e da história. Foi também autora de uma obra sobre os vasos gregos em Portugal, um dos seus campos de estudo. Publicou livros sobre autores clássicos, em especial sobre os gregos Platão, Anacreonte, Píndaro e Pausânias" (in, wikipédia).
Não me esqueço das obras Hélade e Estudos de História da Cultura Clássica (entre os estudantes, o célebre "tijolo") que devorei precisamente na cadeira de História da Cultura Clássica, regida pelo Prof. José Ribeiro Ferreira.
Tendo sido a primeira mulher a doutorar-se na Universidade de Coimbra, veio a solidificar uma trajectória ímpar ao serviço da Universidade e da Cultura Portuguesa, sendo hoje uma das grandes figuras da cultura portuguesa e europeia.
Maria Helena da Rocha Pereira é de facto a “Grande mestra dos estudos gregos e latinos”, tal como referiu Eduardo Lourenço.
Seguem-se algumas traduções de Maria Helena da Rocha Pereira:
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Safo - fr.55 LP
Quando morreres, hás-de jazer sem que haja no futuro
Memória de ti nem saudade. É que não tiveste parte
Nas rosas de Piéria. Invisível, andarás a esvoaçar
No Hades, entre os mortos impotentes.
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Anacreonte Fr.96 D
Não gosto de quem, bebendo vinho junto do crater repleto,
Canta dissensões e guerras cheias de lágrimas,
Mas de quem, misturando das Musas e de Afrodite os dons
esplendorosos,
Celebra a amável alegria.
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Safo- fr. 2 L-P
Há um murmúrio de águas frescas, através
dos ramos das macieiras, as rosas ensobram
todo o solo, e das folhas trémulasescorre o sonho.
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Safo - fr.55 LP
Quando morreres, hás-de jazer sem que haja no futuro
Memória de ti nem saudade. É que não tiveste parte
Nas rosas de Piéria. Invisível, andarás a esvoaçar
No Hades, entre os mortos impotentes.
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Arquíloco - Fr.30W
Deleitava-se se tinha um ramo de mirto
ou a bela flor da rosa.
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Íbico - Fr.22b Page
Quando a gloriosa, insomne madrugada desperta os rouxinóis...
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