A litania da ausência
e depois os pássaros irão
povoar de ti novas ilusões
Ruy Belo
nas obscuras palavras do meu país
e nas viscerais margens de um país,
e entrementes foi espigando o desamor
que a flor também desperdiçou
o meu desamor foi espigando desumano
em ufano país de lúcida quietude
enclausurado numa túnica de impuro sangue
enquanto os animais perduram
na mais recôndita paisagem das chuvas.
nos obscurecidos poemas da minha plebe
e nos íntimos litorais de uma plebe,
indicando-nos a sua e nossa simetria de morte,
a mais galopante simetria de morte de um país.
4 comentários:
faltam pássaros no nosso país, mas não em ti, tuas asas de escrever.
abraço, João.
... entretanto vamos construindo pontes
mesmo que não passe o rio
Excelente
Só podia ser um poema triste
e bem trabalhado
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