quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Antropofagia

Oswald de Andrade: São Paulo, 11/01/1890 - São Paulo 22/10/1954, foi um poeta, ficcionista, ensaísta e dramaturgo brasileiro. Foi um dos grandes promotores da Semana de Arte Moderna de 1992 em São Paulo, tornando-se um dos nomes fundamentais do modernismo literário brasileiro. É considerado pela crítica como o elemento mais rebelde do grupo e o autor de dois incontornáveis manifestos modernistas:O Manifesto da Poesia Pau Brasil e o Manifesto Antropófago. As ideias de Oswald de Andrade influenciaram também de forma intensa diversas áreas da criação artística: na música o tropicalismo, na poesia o movimento dos concretistas e na área teatral, grupos como Teatro Oficina e Cia.

Brasil
O Zé Pereira chegou de caravela

E perguntou pro guarani da mata virgem
- Sois cristão?
- Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
- Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval

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Minha terra tem palmares
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo.

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Erro de português
Quando o português chegou

Debaixo de uma bruta chuva

Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
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Há poesia


Há poesia na dor
na flor
no beija-flor
no elevador
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