domingo, 12 de dezembro de 2010

DIACRÍTICO

.
O primeiro dos meus livros - DIACRÍTICO (como já referi em post anterior), a ver a luz do dia, nos próximos meses, já cheira ao "sangue" das tintas. Esta é a capa. E em baixo, um texto da segunda parte do livro, chamada "A ressurreição das crias" (a primeira parte do livro, intitula-se: "O desconcerto de deus").
.
XIV
.tal como os fungos dos poços de Jerusalém a memória sagrada das tábuas é uma crisálida indecisa. aquela que se perdeu para sempre no fundo inóspito do próprio ventre de bunho. e parte larva parte meretriz chegaram os novos seres para talhar as cidades em metálicos e encorpados pulmões de cobre. há alguns homens que já só se arrastam conforme as ofídias que percorrem as cisternas em noites de lua cheia. O violento delírio de se verem reflectidos nos olhos da água. sob o nenúfar as suas escamas repousarão desinquietas pela última miragem. a outra face do pai que tecia argênteas teias de melancolia. é preciso recordar as prefigurações das trevas para se acolherem as metamorfoses. a benévola carícia. a ressurreição hodierna das crias. o eco colorido.
.

3 comentários:

Sem lenço e sem documento disse...

Que texto incrível, parabéns.
É rebuscando o suficiente para ter que ler mais de uma vez porém conciso o suficiente para tocar a todos em alguma área da vida.
Novamente, parabéns. E linda a capa do seu livro.

Viaggio Mondo - assessoria comunicação disse...

Olá!

Seu blog é muito bom, adorei!

Quero aproveitar para te convidar à conhecer meu blog também e participar da Promoção 1001 Seguidores. Como prêmio você pode levar para casa uma das agendas 2011 recheadas de fotos dos mais de 40 países que visitei! Se quiser, traz seus amigos e leitores também! :D

Te aguardo! :)

Bjos!

João Rasteiro disse...

Obrigado por passarem por aqui.
Que o "o fogo - Into the fire" das palavras queime mesmo, é para isso que elas servem, principalmente, mesmo que sejamos nós próprios apagados nesse fogo, isso significará que por breves momentos fomos labareda-VIDA!
Quanto à linda Fê Costta, por agora, vou viajando pelo interior das palavras, em sua essência de sonhos!
Bjs. de Coimbra.