Do “poeta” Domingos Cenáculo Vilela [meu avô - e que, lá muito no infinito sopro da sílaba, será, talvez, o grande culpado por este meu "actual sofrimento", mas que simultaneamente, é o alimento ou hálito que me alimenta e, refiro-me evidentemente a esse mistério que é apelidado de Poesia], o poema, ou canto, "Olhares":
Fico mirando esses sinais
Da doce Beatriz que me lança,
E sinto, por entre os ais,
Os sulcos caricaturais
De uns gemidos de festança.
E uma infinda melancolia,
Pela poesia em turbilhão,
Tomba em mim, fica em mim a agonia.
Tomba o Domingos, com a mania,
E quebra o rosto e o coração.
Domingos Cenáculo Vilela
2 comentários:
Tudo pelo melhor
Abençoada culpa!
Sim, tive muito prazer em conhecer "o grande culpado", ou seja, o teu charmoso avô.:0)
Algo me diz que ele lia Augusto Gil. E deve ter gostado da "Balada da Neve".:0)
Que tudo continue a correr pelo melhor!
Abraço
Maria João Oliveira
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