terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Rita Dahl vai estar no dia 13 de Dezembro em Coimbra, no TAGV - Teatro Académico de Gil Vicente pelas 18h00, onde falará da sua relação com Portugal, bem como lerá os seus poemas, nomeadamente os poemas sobre Portugal.
A apresentação estará a cargo de Graça Capinha, e a Organização estará a cargo da Oficina de Poesia da FLUC e do Projecto de investigação “Novas Poéticas de Resistência”.
Rita Dahl (n. 1971 - Vantaa, na Finlândia) é uma escritora e organizadora de volumes literários em regime freelancer. Formou-se em Ciências Políticas e tem também uma licenciatura em Literatura Comparada. O seu primeiro livro de poemas, "Kun luulet olevasi yksin", foi publicado em 2004 (Loki-Kirjat), a que se seguiu "Aforismien aika" (Poesia), na primavera de 2007. Foi também publicado, na mesma altura, o seu livro de viagens sobre Portugal, "Tuhansien Portaiden lumo - kulttuurikierroksia Portugalissa"(Avain). Foi responsável pela revista de poesia Tuli & Savu, em 2001 e também da revista cultural Neliö (www.page.to/nelio), que teve um número especial sobre Portugal, cuja versão impressa também esteve a cargo de Rita Dahl. Vai publicar um retrato do poeta finlandês Jyrki Pellinen (Poesia) e está a preparar uma antologia de escritoras da Ásia central e outras regiões do mundo (Like), que inclui também os discursos oficiais e os textos de ficção apresentados no Encontro de Escritoras da Ásia central. O evento é organizado pelo PEN CLUB da Finlândia, do qual Rita Dahl é Vice-Presidente. Prepara ainda uma antologia de poesia portuguesa contemporânea, que será editada em 2008. Em Maio de 2007, Rita Dahl foi poeta convidada dos VI Encontros Internacionais de Poetas de Coimbra - Grupo de Estudos Anglo-Americanos, FLUC, Universidade de Coimbra.
De Rita Dahl, o poema, O inferno, inserido na revista brasileira "Confraria do Vento".
O inferno
Uma estrutura concreta afunilada, com nove entradas
ao todo. O inferno é a contínua repetição de tudo,
.
sem que seja possível avançar. O inferno é gelado.
Para onde vão todos os gulosos macerados depois da morte?
.
O inferno está solto, um filme de ação ordinário,
os cristais fluindo das almas miseráveis que se agarram pelas mãos.
.
Talvez o inferno seja belo apesar de tudo.
Durante anos cheguei à conclusão
.
de que não há a igualdade nesse país.
Soa a campainha. Atrás da porta
.
dois mórmons bem trajados.
O inferno era gelado sobre a terra.
.
A caixa de comentários foi deslacrada naquele instante.
O inferno da família ou do paraíso, em qual
.
você pretende passar a eternidade? Tentei tolerar
a mim mesma e entender porque tenho saudades do
.
inatingível. O inferno verdadeiro dos anti-capitalistas
foi deixado de lado. O que acontece depois disso?
.
Sacrificamos seis garrafas, nada
acontece e temos de encher lingüiça.
.
Não se esqueça de que para um masoquista o paraíso é o inferno.
E é impossível saber se é quente ou frio.
.
Se o inferno está cheio, é preciso sentar-se e
esperar. Qual o problema com você?
.
Não sabia? Se o inferno é gelado,
a Finlândia ganhou o concurso de música da Eurovision.
Rita Dahl

4 comentários:

Anónimo disse...

Salve João. Se pudesse estaria aí com vcs e Rita. Vida longa a Coimbra! Abraços poéticos do outro lado Atlântico.

João Rasteiro disse...

Também querias "tudo"?
E então os passeios pelas "pampas" - Bº da Ricoleta, com os amigos Ricardo Aleixo e Cláudio Daniel!!!!!!!!!!
Um abraço de Coimbra,

joão

Anónimo disse...

Salve! Como vc advinhou que foi justamente com eles que passei a maior parte de minha estadia? Quero mandar uma foto que tirei com ambos. Grande abraço

Anónimo disse...

Masi as bebedeiras pouco poéticas.,,que(A) erda p+egada