.tudo se transmutou no equilíbrio do caos. o mundo acordou sob a vigilância dos modernos alfabetos envoltos num alvéolo de fosforescente metal. e uma recente e definitiva espécie de criaturas que se distanciam dos sonhos da sílaba mística irrompe das galáxias prenhes da lógica dos algarismos. e são empoadas de extraordinárias preeminências biológicas relativamente aos primitivos organismos com coração e lágrimas. agora o pó envolve em espirais de névoa a aniquilada estátua de adriano. a partir dos seus olhos os besouros-do-fumo procuram a visibilidade da cidade. o escaravelho sagrado. aí se bifurca o novo dialecto dos heróis. a profecia dos poetas eclodiu como castigo etéreo.
JOÃO RASTEIRO - In, DIACRÍTICO (Inédito - a publicar em 2010)