XII
.sei que dos olhos do animal fêmea antes do ritual do sacrifício o fogo desce aos olhos do homem e evapora-se no espaço fragmentado das córneas. pois ele gosta de vociferar nas madrugadas aonde se abrem à fortuna as orquídeas. a brecha da pupila. o agudíssimo timbale é um bálsamo pois ele é feliz como o eunuco que não cometeu crimes com suas mãos. deus apenas lhe pediu a prova do beijo na única palavra em que lhe reconhece a cinza do nome. é no casulo da pedra que deflagram as larvas desde a cruz materna ao sumo das uvas demasiadamente vermelhas. a devastação escolta a criação que reverbera a fala de dentro de todas as trovoadas de alicerce estéril. a fragmentação do coração. e a ternura dos labirintos são beijos de metáforas como uma trepadeira oferecidos por judas. mais uma vez em nome do criador dos ciclos. os mapas envoltos em sua túnica e asas de ébano límpido.
.sei que dos olhos do animal fêmea antes do ritual do sacrifício o fogo desce aos olhos do homem e evapora-se no espaço fragmentado das córneas. pois ele gosta de vociferar nas madrugadas aonde se abrem à fortuna as orquídeas. a brecha da pupila. o agudíssimo timbale é um bálsamo pois ele é feliz como o eunuco que não cometeu crimes com suas mãos. deus apenas lhe pediu a prova do beijo na única palavra em que lhe reconhece a cinza do nome. é no casulo da pedra que deflagram as larvas desde a cruz materna ao sumo das uvas demasiadamente vermelhas. a devastação escolta a criação que reverbera a fala de dentro de todas as trovoadas de alicerce estéril. a fragmentação do coração. e a ternura dos labirintos são beijos de metáforas como uma trepadeira oferecidos por judas. mais uma vez em nome do criador dos ciclos. os mapas envoltos em sua túnica e asas de ébano límpido.
........................................João Rasteiro
. Sérgio Godinho - Dancemos no mundo
3 comentários:
A poesia, sobretudo a moderna, exige do leitor uma entrega sem condicionalismos,
uma espécie de entrega de corpo e alma. Ela exige que ler não seja só ler, seja isto criticamente ou de outra maneira. É necessário sentir-se este ler, é necessário mergulhar-se nas palavras que se lêem.
Por isso pode dizer-se que o leitor reescreve aquilo que lê. Só assim o cerne do poema,
o seu élan vital, poderá ser atingido. Isto é, ler é uma dádiva e uma entrega. O leitor é
também escritor. Sem o leitor o poeta jamais poderia sair da sua escuridão, ou seja, regressar
à luz... Poeta e leitor reinventam-se e complementam-se.
O “ verdadeiro “ leitor subscreve cada poema que lê. “
Foi assim que liz este poema.
L.C. Züschen MMVIII
"Por isso pode dizer-se que o leitor reescreve aquilo que lê. Só assim o cerne do poema (...)".
Luis, é um prazer ter um leitor como tu.
Claro que isso poderá ser derivado ao facto de também escreveres,embora nem sempre as duas coisas sejam bipolares.
Um grande abraço,
joão rasteiro
Caro confrade,
Passo por aqui, por este espaço ou templo da poesia,
para lhe dizer que inseri vários textos no meu ( e da Helena ) blogue
e que há um desses texto que gostaria, especialmente, que lesse. O poema:
“ Quando se nasce poeta. “ Espero poder contar consigo, lá, na
Minha casa.
Evoé!
L.C.
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