quarta-feira, 4 de março de 2009

POESIA...?

O poeta brasileiro e co-editor da CRONÓPIOS, Edson Cruz, tem estado a questionar uma série de poetas, colocando-lhe três "simples" questões que coloca no blogue "SAMBAQUIS", facto que deverá dar origem a um livro organizado por si. As minhas respostas, actualmente no "ar", podem ser lidas na íntegra em: http://sambaquis.blogspot.com/
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O que é a poesia para você?
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Na juventude era sobretudo estranhamento, depois passou a ser brincadeira e prosápia, só que agora é medo e sofrimento. Poderia talvez dizer que a poesia é. Talvez substanciá-la como espanto e descoberta, caos e criação, vida e morte, verbo e substantivo. Poderia até dizer que a poesia é o lugar mais recôndito e primordial da alucinada linguagem em seus mundos e corpus de perplexidade. Poderia talvez, como refere Herberto Helder, dizer que ela é (...)
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O que um iniciante no fazer poético deve perseguir e de maneira?
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Ousar pensar/sonhar a palavra outra, a transgressão outra, a linguagem outra. E naturalmente deverá ler, ler, ler – ler incessantemente. Depois, escrever, escrever, escrever – escrever/ver/reescrever/ser. Até se viciar(...)
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Cite-nos 3 poetas e 3 textos referenciais para seu trabalho poético.
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Por que destas escolhas?Afinal são duas perguntas numa só. Apontar três poetas é tão difícil como apontar um, seis ou até nove – Homero, Dante, Shakespeare, Camões, Rilk, Lorca, Pound, Breton ou Kavafis. E no entanto atrevo-me, embora por múltiplas e variadas razões, a apontar os seguintes poetas:(...)
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.........................La poesia es... - Paco Ibañez


http://sambaquis.blogspot.com/
http://www.cronopios.com.br/site/default.asp
http://www.germinaliteratura.com.br/ecruz.htm

3 comentários:

bonecadetrapos disse...

Da sua resposta primeira, direi apenas que poderia ter sido eu a responder assim. A poesia é, também para mim, "medo e sofrimento". E necessidade e compulsão e fermento que, se em demasia, (e como saber a dose certa?) azeda o dia a dia ou não leveda a alma...

Vou ler as suas respostas na íntegra.

A *__bonecadetrapos__* agradece a visita ao espaço e sublinha que será sempre bem vindo.

Saudações
*__bonecadetrapos__*

Luís Costa disse...

É poeticamente que o homem habita o mundo “

Hölderlin


Estimado é sempre um prazer ler as respostas dos poetas acerca da poesia.
Acho interessante dizer que poesia é medo e sofrimento. Ora a meu ver (pobre poeta que sou, que talvez nem o seja, pois nunca editei um livro, e talvez nem nunca venha a editar) a poesia será tudo: Medo, sofrimento, amor, alegria, sarcasmo... e por aí à frente.
E ela é, sobretudo, uma voz polifónica que fala de muitas maneiras e feitios. Basta para isso comparar-se a poesia de um Herberto Helder com a de um Kaváfis. Por um lado: o poeta visceral, dionisíaco, lírico na sua totalidade, do outro: o poeta lacónico, muitas vezes filosófico, comedido e prosaico, quase anti-lírico. Dois modos de cantar tão diferentes, no entanto ambos são poesia.

Mas então o que é a poesia?

Talvez seja a maneira mais elevada de o homem poder habitar o mundo.

L.C.

Francisco Norega disse...

A noite de ontem foi muito interessante, devias ter vindo connosco para a borga :P E podias ter chateado mais um bocado o Márcio

By the way, gostei de ler as tuas respostas ;) E fiquei com curiosidade de ler T. S. Eliot.