José Afonso: Aveiro, 2/08/1929 — Setúbal, 23/02/1987
Que amor não me engana
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Que amor não me engana
Com a sua brandura
Se de antiga chama
Mal vive a amargura
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Duma mancha negra
Duma pedra fria
Que amor não se entrega
Na noite vazia
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E as vozes embarcam
Num silêncio aflito
Quanto mais se apartam
Mais se ouve o seu grito
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Muito à flor das águas
Noite marinheira
Vem devagarinho
Para a minha beira
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Em novas coutadas
Junto de uma hera
Nascem flores vermelhas
Pela Primavera
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Assim tu souberas
Irmã cotovia
Dizer-me se esperas
O nascer do dia
José Afonso
1 comentário:
Zeca...hoje e sempre!
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