quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

DANÇAS

inês subtil
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talvez seja o momento de te dizer
que sou da mais vil beleza, feito de
amar entre os homens apenas as coisas
mais efêmeras
.
talvez seja o momento de te dizer
que me cresceram os teus seios mais
jovens, numa indisfarçável necessidade de
que me pertençam entre as coisas
que te cedo
.
talvez seja o momento de te dizer
que o teu corpo mulher é um exagero do
meu deus, generoso mais do que nunca na
liberdade da minha fome
.
não estou certo de que seja o momento de
pedir mais ainda, quanto te roubo a alma e
aos poucos a entorno pelo caminho até ao
outrora vazio do meu coração
.
como não sei se será certo padecer de alguma
felicidade imprudentemente, naquele
miudinho perigoso de estar quase a
morrer de amor por ti
.
também eu me sinto capaz de desmaiar com
um orgasmo. mas só agora, aos trinta e
sete anos, só contigo
.
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o poeta como nu
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um dia apareceu um poeta sem pétalas. nunca tal se vira.sem pétalas, dizia-
se, estava igual a nu, coberto de nadaque o diferisse, como se ser poeta não
trouxesse marcas à flor da pele. algumas pessoas riram-se nervosamente, e
só por isso o estranho poeta se foi embora sem outra notícia
valter hugo mãe
In, folclore íntimo, COSMORAMA Edições, 2008
....................................TERESA SALGUEIRO - Amanhã

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http://www.valterhugomae.com/
http://casadeosso.blogspot.com/
http://poesiaseprosas.no.sapo.pt/valter_hugo_mae/poetas_valterhugomae01.htm

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