Agostinho da Silva (n.13/2/1906; m.3/04/1994), filósofo, poeta e ensaísta português, é tido por muitos como o nome mais importante da segunda metade do século XX em Portugal - a primeira metade foi mesmo de Fernando Pessoa. Como referiu Romana Valente Pinho, "a idéia agostiniana de um homem em busca de seu próprio sentido e do sentido dos outros – sejam transcendentes ou não-, um “eu” que só é pleno e completo na e pela relação com o outro e disto, da consciência do “eu” através do “outro” (...) Desta “dialética das consciências” conclui-se que não vale a pena separar-se dos outros, pois tal cisão é a quebra do próprio ser. Em outras palavras, não há dialética das consciências sem pluralidade. E como afirmou o próprio Agostinho da Silva, "Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles foram meus, não são seus. Se o criador o tivesse querido juntar muito a mim não teríamos talvez dois corpos distintos ou duas cabeças também distintas". Um homem e essencialmente uma obra que Portugal tem de redescobrir e não deixar esquecer nos bosques da mediocridade que cada vez mais alastra e nos penetra. De mestre Agostinho da Silva, um poema:
Algum dia
Algum dia um novo Papa
anunciará altivo
que Deus é raiz quadradade
um quantum negativo
*
e o Deus que tanto procuro
em que atingido me afundo
é aquele ser-não-ser
do que acontece no mundo
*
da matéria mais que densa
é que é divertido ser
ali se nada acontece
tudo pode acontecer.
NEY MATOGROSSO - Balada do louco
http://ebicuba.drealentejo.pt/ebicuba/jornal/jornal08/pagina-personalidades/agostinho_da_silva.htm
2 comentários:
peregrinando
deixo
.
te
.
um beijo
o tanto que eu gosto de Agostinho da Silva! Teria de bom agrado mais 40 anos, se soubesse que teria sido sua aluna!
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