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Refira-se a carta que Fernando Pessoa lhe escreveu por volta de 1916, solicitando-lhe publicação de poemas: "Se estivessem inteiramente escondidos da publicidade, [...] seria, da parte de V.
Exª., lamentável mas explicável. O que se dá, porém não se explica; visto que, sendo de todos mais ou menos conhecidos [...], eles não se encontram acessíveis a um público maior e mais permanente na forma normal da letra redonda. [...] sei-os de cor, aqueles cujas cópias tenho, e eles são para mim fonte contínua de exaltação estética. [...] é porque muito admiro esses poemas, e porque muito lamento o seu actual carácter de inéditos (quando, aliás, correm, estropiados, de boca em boca nos cafés), que ouso endereçar a V. Exª. esta carta, com o pedido que contém." O pedido era para que alguns poemas pudessem ser publicados na edição de Orpheu 3.
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Apesar da pequena dimensão da sua obra, Camilo Pessanha é hoje considerado um dos poetas mais importantes da língua portuguesa.
A Morte, no Pego-Dragão
De onde vem este perfume de flores, embalsa-
mando a noite puríssima?
Entre bouças e fragas, uma cabana de ola, perto
da qual um arroio murmura...
Como de costume, o eremita parte ao surgir
a lua.
Em um covão do monte, um pássaro, poisado
ininterruptamente gorjeia.
De onde vem este perfume de flores, embalsa-
mando a noite puríssima?
Entre bouças e fragas, uma cabana de ola, perto
da qual um arroio murmura...
Como de costume, o eremita parte ao surgir
a lua.
Em um covão do monte, um pássaro, poisado
ininterruptamente gorjeia.
.
Não lhe importa que as ervas, impregnadas do
orvalho, lhe encharquem as alpercatas de junça.
As suas vestes de ligeiro cânhamo, soergue-as,
enviezando, a brisa primaveril...
À borda da torrente, intento fazer versos ao
viço das orquídeas.
Embargam-mo as saudades, violentas empolgan-
do-me, do Kiang-pei e do Kiang-nan.
Não lhe importa que as ervas, impregnadas do
orvalho, lhe encharquem as alpercatas de junça.
As suas vestes de ligeiro cânhamo, soergue-as,
enviezando, a brisa primaveril...
À borda da torrente, intento fazer versos ao
viço das orquídeas.
Embargam-mo as saudades, violentas empolgan-
do-me, do Kiang-pei e do Kiang-nan.
Camilo Pessanha
7 comentários:
LANÇAMENTO, em 03 de Abril de 2008, 18h00 - Casa Municipal da Cultura, Coimbra. A apresentação da obra (Prefácio-Poema do poeta Casimiro de Brito) estará a cargo do Dr. António Pedro Pita, Delegado Regional da Cultura do Centro.
Olhe lá , o Pita não tem doutoramento? "A experi~encia estética como experi~encia do mundo.a estética segundo Mikel Dufrenne" dis-lhe alguma coisa? Decerto que não. Pois. Então de onde é que vem esse Dr.? É para nivelar pelos pés? Decerto que não. Ainda por cima vindo de uma pessao tão atenta aos títulos e glorietas de circunstâncai advindas da maldic~encia, da intriga e da perfídía (mázinha)
dis, diz
O
ortografia mental quid?
"Mal sabiam os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo (...)
quem é quem sr. rasteiro? e o poema '
"(...)e sempre.
ininterruptamente,
na razão directa dos quadrados dos tempos".
OOOOOOO
"como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul".
FINITO!!!!!!!!!!!!!!!!!!! - "Finita causa, cessat effectus"
Bingo, tem prémio: um dicionário de citações latinas. Sabe latim?Quem diria o anti clássico...VALE MAIS TARDE
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