terça-feira, 6 de novembro de 2007

LEITURAS

Na próxima terça-feira, dia 7 de Novembro, pelas 10 horas, o poeta e crítico de arte John Mateer vai estar no Departamento de Línguas e Culturas (Faculdade de Letras - Universidade de Coimbra) para uma palestra intitulada “Poems and the Secret (Portuguese) Australia”, onde discutirá a pouco explorada relação entre Portugal e a Austrália.

John Mateer
vai ler e falar sobre os poemas incluídos em Southern Barbarians, um livro que contempla o legado do Império Português a partir do outro lado do espelho, do mundo colonizado e por descobrir. Os poemas desta colecção foram começados quando Mateer esteve em Portugal em 2004, como poeta convidado para o V Encontro Internacional de Poetas, em Coimbra, e o livro inclui poemas escritos no Japão, em Macau, em Veneza e na Austrália.



Pelas 18h00 no Teatro Académico de Gil Vicente, John Mateer irá ler uma selecção de poemas incluídos em Elsewhere, livro a ser editado no início do próximo ano.A apresentação estará a cargo de Graça Capinha coordenadora da Oficina de Poesia da FLUC a quem pertencerá a organização da leitura, conjuntamente com o Projecto de investigação “Novas Poéticas de Resistência”.

John Mateer nasceu em Joanesburgo, África do Sul, presentemente vive na Austrália e viaja frequentemente. Mateer publicou vários livros de poesia, incluindo o premiado Barefoot Speech, um relato da vida na Sumatra e em Java. O seu trabalho já foi traduzido para várias línguas europeias e asiáticas. Foi convidado para ler a sua poesia no 62º Congresso Mundial PEN, na Poetry Africa e no Festival de Humanidades de Chicago, bem como em eventos na Indonésia, Japão, Singapura, Eslovénia, Áustria Portugal e Austrália. Foi recipiente da Australia’s Centenary Medal pelo seu contributo para a literatura e em 2005 participou no prestigiado Iowa International Writing Program.
Depois de voltar de uma viagem de exploração

Na almofada a cabeça sonolenta de John Mateer
é um aquário às voltas com água veneziana
e naquele galeão, aquele brinquedo luminoso,
ele está ao leme, de telescópio no olho,
jurando que não consegue ver a Austrália.

E quando a sua caravela desliza Tejo adentro,
tão colocada e cerebral como um cisne negro,
ele pede um copo de porto e um pastel de nata,
depois recolhe ao quarto num calmo hotel em Alfama,

e sonha o sonho:
que um dia haverá um poeta
chamado John Mateer, tal como houve uma vez,
para além dos limites dos mapas, um monstro
chamado Austrália.
JOHN MATEER




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