
Aguarela do pintor Miguel Elías
Ressurreição
A Antonio Colinas
A ascensão das vozes a cada pancada hirta do sangue
transborda como cântaros de mel à beira do Tormes
os pássaros regressam aos abrigos das cópulas do sol
e os homens voltam a repousar nas estacas e brilham,
no leito incansável da pedra o último choro dos mortos
todos os germes oprimidos eclodindo como açucenas
o espaço da construção em feroz fulgor pois é inacabado,
ressuscita-se hoje das chagas e escreve-se o nome terra
na língua de fogo que abraça os livros que não sonharei.
João Rasteiro
1 comentário:
É de facto uma cidade linda e misteriosa.
Parabéns pelo poema.
César
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